Mesopotâmia e Curdistão: Um Encontro com a História do Iraque

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1º DIA • PORTO OU LISBOA (AVIÃO) …

Comparência no aeroporto escolhido para embarque em voo regular com destino a Basra, via Istambul. Noite a bordo.

2º DIA • … – BAÇORÁ

Chegada a Baçorá, o principal porto do país. Muitas pessoas conhecem o nome Baçorá por ter sido o local de sangrentos e marcantes confrontos na Guerra do Iraque. Contudo, se virmos além destes episódios, encontraremos a segunda maior cidade do país, situada nas margens do rio Xatalárabe o resultado da fusão dos rios Eufrates e Tigre, e que hoje segue o caminho da modernização. Panorâmica com destaque para a Ponte Italiana, com vista sobre a cidade e os seus arredores. Continuação pela zona de Corniche, contemplando a vista para o rio Xatalárabe. Visita ao Museu Cultural de Baçorá, que conta com inúmeros artefactos que provêm do ano de 6000 a.C. Visita ainda à Igreja Ortodoxa Arménia. Almoço. Transfer ao hotel para descanso. Ao final da tarde, passeio de barco pelo rio Xatalárabe, através do qual teremos uma outra perspetiva de Baçorá e de alguns dos seus principais pontos de interesse. Jantar e alojamento no Hotel Grand Millennium Al Seef Basra 5* ou similar.

3º DIA • BAÇORÁ – AL QURNAH – MESOPOTÂMIA (AL-CHIBAYISH) – NASIRIYAH

Saída em direção a Al-Qurnah, presumido local bíblico do célebre Jardim do Éden. Foi neste jardim que, segundo a Bíblia, Deus colocou a Árvore da Vida e a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, cujo fruto, Eva e depois Adão acabaram por comer por influência de uma serpente. Paragem para foto junto à presumível árvore da vida. Viagem para Al-Chibayish, no epicentro da Mesopotâmia. Passeio de barco por inúmeros canais dos deslumbrantes pântanos do Iraque, com a oportunidade de observar a diversidade de espécies de animais e plantas que cercam o local. Tendo recebido o estatuto de Património da Humanidade por parte da UNESCO, estas províncias pantanosas do sul do Iraque são únicas, constituindo um dos maiores deltas interiores de todo o mundo e reunindo biodiversidade e riqueza paisagística absolutamente surpreendentes. Almoço. Continuação para Nasiriyah. Jantar e alojamento no Hotel Somerion 5* ou similar.

4º DIA • NASIRIYAH – UR – NASIRIYAH – KUFA – NAJAF

Deslocação para os arredores da cidade para visita à estação arqueológica de Ur. Localizada nos desertos do sul do Iraque, Ur é famosa pelos contos bíblicos de inundações épicas e temíveis reis da Babilónia, mas também por possuir uma das mais importantes ruínas antigas do Iraque. O seu zigurate, uma estrutura com paredes altas e escadas íngremes, que teria sido usada nos tempos antigos para adorar os deuses da Lua, é certamente uma das visões mais impressionantes e misteriosas do Iraque. Visita à cidade também conhecida com a cidade de Abraão, com destaque para as ruínas do zigurate, do palácio real e dos túmulos reais. Regresso a Nasiriyah. Saída para a cidade santa de Najaf. Dentro desta, visita à área de Kufa com destaque para a Mesquita Kufa, um dos locais mais sagrados do mundo islâmico. Foi construída no século VII e contém os restos mortais de Muslim ibne Acil, primo de Huceine ibne Ali, do seu companheiro Hani ibne Urua e do revolucionário Mukhtar al-Thaqafi. De grandes dimensões, é composta por um total de nove santuários. Passagem ainda pelo que se julga ser o maior cemitério do mundo, Wadi al-Salaam, com cerca de 5 milhões de sepulturas. Almoço. Continuação para o centro de Najaf e visita a uma das mesquitas mais sagradas do Islão, que abriga os restos mortais do Imam Ali Ibn Abi Talib, primo do Profeta Maomé, quarto califa da religião islâmica e primeiro Imam do xiismo. É, por isso, um importante local de peregrinação. De acordo com a tradição xiita, os profetas Adão e Noé estão na mesquita sepultados. Em termos arquitetónicos, este mausoléu é conhecido pela sua grande cúpula com milhares de placas de tijolo cobertas com ouro puro e a mesquita pela sua ímpar beleza interior. Jantar. Alojamento no Hotel Granada 4* ou similar.

5º DIA • NAJAF – BORSIPPA – BABILÓNIA – KERBALA

Partida para Borsippa. Paragem para fotografia ao seu grandioso zigurate, outrora confundido com a mítica Torre de Babel, construído com a finalidade de homenagear o Rei Nabu, um dos mais importantes da Babilónia e conhecido pelos seus grandes feitos. Continuação para Babilónia, local dos míticos e desaparecidos Jardins da Babilónia e Torre de Babel. O Iraque foi o coração da Antiga Mesopotâmia, cujo povo desenvolveu as primeiras cidades, a escrita e a agricultura, entre os anos de 10.000 e 3.000 a.C. Visita às ruínas da Babilónia, sítio arqueológico reconhecido pela UNESCO, é redescobrir este passado glorioso não só do país, como da própria Humanidade. Destaque para a Porta de Ishtar e complexo arqueológico. Almoço. Passagem ainda pelo Palácio de Saddam Hussein que, no seu tempo, foi responsável por uma grande parte da reconstrução deste local histórico. Saída para a cidade santa de Karbala. Ao final da tarde, visita ao centro religioso da cidade, com destaque para os túmulos de Hussein e Abbas, um complexo com duas mesquitas conectadas por uma grande esplanada. Tais mausoléus, imponentemente decorados, são importantes locais de peregrinação para os xiitas, atrás apenas de Meca e Medina. Aqui acorrem anualmente milhões de peregrinos de todo o mundo. Jantar e alojamento no Hotel The Baron 5* ou similar.

6º DIA • KERBALA – CTESIPHON – BAGDÁ

Saída para Ctesiphon, em tempos a maior cidade da região, até ao seu declínio, em 637 d.C., provocado pela conquista muçulmana. Visita às ruínas do Arco de Ctesiphon, o único elemento que permanece relativamente intacto entre os destroços arqueológicos da cidade. Continuação em direção a Bagdá, a vibrante capital do Iraque e a maior cidade do país. Trata-se de uma área metropolitana imensa, com cerca de 9 milhões de habitantes. Almoço. Visita à Madraça Al Mustansiriyah, uma escola teológica construída em homenagem ao trigésimo sétimo califa al-Mustansir Billah e aos mercados adjacentes, na área do antigo caravançarai de Khan Murjan, seguida de uma visita ao desconcertante Museu Baghdadi, que contém variadas cenas em dimensão real que representam a vida da população de Bagdá ao longo de diferentes períodos. Pese por ser um museu que parece parado no tempo, o seu espólio permite uma abordagem diferente dos usos e costumes das gentes iraquianas. Passeio pela rua Al Mutanabbi, um pequeno e informal centro cultural e literário repleto de livrarias e papelarias, entre outro comércio. Jantar e alojamento no Hotel Rotana Babylon 5* ou similar.

7º DIA • BAGDÁ

Continuação da descoberta de Bagdá, com destaque para o Palácio Abbasid. Provavelmente estabelecido pelo califa Al-Naser Ledinillah no século XII, durante o período abássida, este é um dos palácios mais antigos do mundo e o mais antigo edifício que resta em Bagdá. Visita ao incontornável Museu Nacional do Iraque, um dos melhores museus do mundo em termos de acervo arqueológico. Possui peças avultadas e antiguidades soberbas pertencentes à civilização da Mesopotâmia. Foi fundado em 1926, sob o nome de “Museu de Antiguidades de Bagdá”, e mudou para o nome atual, em 1966, quando foi transferido para outra construção. O museu conta com obras de arte e artefactos dos povos Sumérios, Babilónicos e Assírios, além de várias galerias dedicadas a coleções históricas pré-islâmicas e islâmicas. Almoço. Continuação das visitas com destaque para o memorial dos Mártires, dedicado aos soldados que perderam a vida na Guerra Irão-Iraque e para a Praça da Libertação, a maior praça da cidade e afamada pelo Monumento da Liberdade. O monumento tem um grande valor sentimental para a população iraquiana pois retrata os eventos históricos ocorridos no Iraque até à Revolução de 1958. Jantar e alojamento.

8º DIA • BAGDÁ – SAMARRA – HATRA – MOSSUL

Bem cedo, saída em direção a Samarra, cidade localizada a 130 kms de Bagdá. Visita com destaque para o minarete helicoidal de Samarra, símbolo do próprio Iraque, considerado Património da Humanidade pela UNESCO juntamente com todo o complexo arqueológico de Samarra. O minarete tem sido ao longo dos séculos intervencionado, estando a ser terminada a sua mais recente obra de conservação. Continuação para o Palácio do Califa, parte integrante da antiga capital criada em Samarra. Partida para norte, cruzando a aridez do território em direção ao sítio arqueológico de Hatra. Almoço tipo pic-nic. Chegada à “Cidade do Sol”, durante muito tempo o único local iraquiano declarado Património da Humanidade pela UNESCO. Hatra tem uma disposição circular e o seu interior encontra-se repleto de edifícios em pedra outrora de uma beleza ímpar, que contrastam com as construções de adobe dos restantes sítios arqueológicos do Iraque. Apesar de não ser possível determinar a data de fundação, Hatra foi a capital do reino no século I. Hoje, é sem dúvida um local que impressiona pela sua imponência e arquitetura, fazendo desta visita um dos pontos altos em termos arqueológicos da nossa incursão em território iraquiano. Continuação para Mossul, a antiga cidade de Ninive, citada na Bíblia. Jantar. Alojamento no Hotel The Baron 5* ou similar.

9º DIA • MOSSUL

Dia de visitas a Mossul, também chamada a “Cidade dos Profetas”, devido ao número de túmulos de santos e profetas, bíblicos e islâmicos, que a cidade alberga ou albergou. Mossul rivaliza com a cidade de Baçorá, no extremo sul do país, como segunda maior cidade do Iraque. Local ocupado desde há oito mil anos, foi na sua origem um assentamento do império assírio na margem direita do Rio Tigre. A sua história é longa e tortuosa, tendo sido nos últimos anos palco de alguns dos mais terríveis confrontos bélicos. Foi, com graves consequências, capital do autoproclamado estado islâmico. É hoje uma cidade que encontrou a paz e assente em ajuda nacional e internacional, mas acima de tudo num povo resiliente e de sorriso fácil, o caminho para a reconstrução e a possibilidade de um futuro de esperança e progresso. Na nossa exploração da cidade – ainda com profundas marcas do conflito, daremos especial destaque a alguns dos quarteirões históricos, aqui chamados de mahala que encerram em si uma estrutura organizativa fantástica, dotados de um pequeno mercado, um hammam (banhos), mesquita e, surpreendentemente, uma igreja. Apesar da destruição deliberada por parte do estado islâmico, dos seus principais monumentos, em particular as majestosas mesquitas, visitaremos áreas já recuperadas ou ainda em recuperação com especial incidência nas igrejas de culto ortodoxo e mesquitas. Paralelemente, faremos uma incursão no grande mercado de Mossul, provavelmente, a par com o de Erbil, o maior da viagem. Aqui para além de especiarias, mercearia e toda uma panóplia de artigos do quotidiano local, descobriremos o sui geniris, mercado do peixe. Almoço entre visitas. Jantar. Alojamento.

10º DIA • MOSSUL – ALQOSH – LALISH – DUHOK

Saída de Mossul e passando pela “fronteira” entre a região autónoma do Curdistão e o próprio Iraque até AlQosh, local de nascimento e sepulto do profeta Nahum, do antigo testamento. Aqui, entraremos na pequena aldeia para visitarmos o mosteiro local da Igreja Caldeia, uma das congregações de relevo presentes no Curdistão Iraquiano. Passagem ainda pela base da encosta onde se encontra o Mosteiro de Rabbad Hormizd, um dos mais importantes mosteiros da igreja caldeia, encravado na escarpa da montanha. Continuação em direção a Lalish, um santuário tão sagrado para os yazidis quanto Meca para os muçulmanos, ou Jerusalém para os judeus. Visita exterior ao complexo no qual se destaca o templo venerado que abriga o túmulo do Sheik Adi inb Musafir, considerado o fundador da fé yazidi. Os pilares do yazidismo incluem a crença em um único Deus (“Kuda”, no idioma curdo), criador da Humanidade, enquanto os demais seres vivos foram criados pelo trabalho de sete anjos, liderados pelo angélico Malak Taus, representado na forma de um pavão. Assim, como os muçulmanos fazem a peregrinação a Meca, os yazidis fazem peregrinação a Lalish pelo menos uma vez na vida, sendo uma obrigação anual para aqueles que residem no Curdistão ou no Iraque. Dentro do complexo, os yazidis participam de uma tradição significativa, amarrando nós em lenços de seda pendurados em árvores e pilares. Cada cor representa um dos sete anjos, e cada nó simboliza uma prece. Acredita-se que desfazer o nó deixado por um peregrino anterior concede àquele que o desfaz todos os seus desejos. Continuação para Duhok, cujo nome significa “pequena aldeia”, hoje a terceira cidade do Curdistão. Duhok está encravada entre o vale e a Montanha Branca, a norte, e a montanha Grande Dakhan, a sul. É um local propício à agricultura, fruto da sua posição geográfica estratégica e do manancial de água gerado pelos seus dois pequenos rios. Apesar de todo o sofrimento causado pela campanha Anfal perpetrada por Saddam Hussein, é hoje uma cidade em franco desenvolvimento e crescimento. Visita à cidade com destaque para Azadi Panorama, um pequeno parque com belas vistas das montanhas envolventes da cidade e em que sobressaem duas estátuas que simbolizam o sofrimento e luta para a autodeterminação do povo curdo. Almoço entre visitas. Jantar e alojamento no Hotel DDK Duhok ou similar.

11º DIA • DUHOK – AMEDI – BARZAN – SERZAN

Saída por vales e montanhas em direção a Amedi. Pequena cidade, local com mais de quatro mil anos de ocupação, está numa localização privilegiada sobre um promontório rochoso, e surpreende-nos pelo seu enquadramento. Percorremos, a pé, o seu singelo centro, fotografando o casario e, desde o Mossul Gate, uma soberba vista sobre o vale. Almoço. Seguiremos pela região montanhosa até ao moderno Memorial do Genocídio Barzan, localizado no centro de uma das regiões mais afetadas pela exterminação dos curdos por parte de Saddam Hussein. Continuação para o nosso hotel, localizado entre o rio e as montanhas. Jantar e alojamento no Rubar Hotel & Resort ou similar.

12º DIA • SERZAN – SHANIDAR – GELI ALI BAG – ERBIL

Nos arredores do hotel, descoberta das Grutas de Shanidar, uma das mais reverenciadas do mundo, da era dos neandertais e homo sapiens. Com uma ocupação que remonta a cem mil anos atrás, reveste-se, pelos achados arqueológicos, de dez esqueletos de uma importância crucial para a compreensão do passado da Humanidade. A gruta impressiona pelo seu tamanho e escala, é muito icónica na história dos neandertais e teve um papel fulcral em reformular o pensamento sobre o que estes faziam, como eram e do que eram capazes. A parte visitável é relativamente pequena, mas permitir-nos-á uma nova perspetiva deste importante período do desenvolvimento do ser humano como o conhecemos hoje. Almoço. Continuação para as singelas quedas de água de Geli Ali Bag. Paragem para fotografia. Partida para a capital do Curdistão Iraquiano, a cidade de Erbil, sede do governo e poder da região autónoma curda. Hoje, as suas áreas modernas fazem-nos lembrar um Dubai na versão local, um tónico depois das privações de décadas.  Jantar. Alojamento no Radisson Hotel & Residences Erbil 5* ou similar.

13º DIA • ERBIL (AVIÃO) …

Inscrições coniformes sumérias sugerem que a cidade existiria já no terceiro milénio a.C., enquanto achados escritos sírios a colocam no segundo milénio a.C.. Independentemente desta discrepância, facilmente se conclui a sua ancestralidade e potencial histórico. Neste último dia de descoberta do surpreendente Curdistão, visitaremos de forma calma e descontraída o centro histórico da cidade, com especial destaque para a cidadela de Erbil – declarada Património da UNESCO, que cobre a impressionante área de cerca de 100.000 m². A sua construção circular, no cimo de um tel com vinte e seis metros de altura, dá-lhe de forma natural e óbvia um destaque ímpar no centro histórico da cidade. Tempo ainda para a praça Shar, mesmo em frente à cidadela, num plano inferior, o local ideal para a foto perfeita da porta sul da fortaleza, a mais emblemática. Esta moderna praça está embelezada com fontes, arcadas e ainda uma torre de relógio inspirada no londrino Big Ben! Ao lado, o coberto bazar Qyesariyeh, o maior da cidade, que fará as delícias das últimas compras da viagem. Para fechar o nosso ciclo de visitas, pararemos para uma foto na moderna mesquita de Jalil Khayat, construída num opulento estilo otomano, sendo hoje a maior mesquita de Erbil cobrindo uma área de mais de 15.000 m² e os seus minaretes a rasgarem os céus até quarenta e oito metros de altura. Almoço entre visitas. Jantar e alojamento até à hora do transfer ao aeroporto para embarque em voo com destino a Portugal, via Istambul. Resto de noite a bordo.

14º DIA • … – PORTO OU LISBOA

Chegada a Portugal. Fim da viagem.