VIAGEM EM GRUPO | Viagem de Autor com Joaquim Magalhães de Castro
É objectivo desta nossa viagem recriar o mais fielmente possível uma das mais admiráveis epopeias terrestres de todos os tempos. Foi seu protagonista o leigo jesuíta açoriano Bento de Góis, viajante da centúria de Seiscentos que, devido à sua energia, tacto diplomático e domínio dos idiomas locais, foi o escolhido para a árdua missão de partir da Índia, no ano de 1603, em busca do tal mítico reino do Cataio, onde se acreditava existirem cristandades perdidas.
Aconselhado pelos seus superiores sedeados em Agra, Góis – com cabelo comprido e barba até ao peito – envergava o traje dos arménios: cabaia e turbante. A tiracolo trazia arco e estojo com flechas; à cintura, uma cimitarra. Procurava assim passar despercebido, disfarçado de mercador. Por precaução, mudara até de nome. Era agora Abdulla Isai, ou seja,“Servo de Deus”.
Depois de vários anos na estrada, já muito doente, Bento de Góis acabou por falecer em Suzhou (actual Jinquan), junto às portas da Grande Muralha e do deserto do Gobi. E com o homem desapareceu a obra: o diário que religiosamente conservava foi roubado e posteriormente destruído, pois nele estavam anotados os nomes de várias pessoas que lhe deviam dinheiro.
A respeito da imensa lacuna que ficou por preencher, Henri Bernard afirma o seguinte no seu livro Le Frère Bento De Goes chez les Musulmans de la Haute Asie (1603‐1607): “De acordo com os maiores historiadores, se o diário de Bento de Góis se tivesse conservado intacto, seria provavelmente a relação mais importante do ponto de vista geográfico das regiões que ele atravessou”.
Como resume bem o geógrafo, explorador e cartógrofo Ernesto de Vasconcelos, “foi reservada a um português a glória de ter primeiro atravessado de Ocidente para Oriente, os Pamires”.
O padre Fernão Guerreiro, cronista dos feitos dos abnegados religiosos de antanho, incluiria o feito do açoriano na sua Relação Anual das Coisas que Fizeram os Padres da Companhia de Jesus nas suas Missões (1603‐1611), com o importante acréscimo de duas cartas redigidas pelo punho de Góis.
O relato completo, porém, à semelhança de tantas outras descrições de viagens levadas a cabo por ilustres portugueses, ficaria inédito até 1911.
A extraordinária viagem de Bento de Góis demorou quatro anos, e se contabilizarmos a distância percorrida desde Goa até à fronteira ocidental do Império do Meio, atingimos a impressionante soma de 6.000 quilómetros.
É uma parte substancial desse trajecto que iremos reconstituir, homenageando e revivendo desse modo o nome do herói português.
PROGRAMA
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Marcamos encontro no aeroporto de Lisboa.
A viagem que nos preparamos para fazer levar-nos-á das planícies do Hindustão aos picos em agulha do Hindokush e daí ao deserto do Gobi, visitando pelo caminho todos os importantes entrepostos comerciais da mítica Rota da Seda. É uma viagem com um pouco de tudo. Antropologia, etnologia, arqueologia e muita, muita geografia. Da mais espectacular que se pode imaginar.
O nosso voo tem como destino Lahore, no Paquistão, via Dubai.
Numa viagem de natureza histórico-cultural impõe-se um olhar a esta urbe, ponto de passagem de inúmeros trotamundos portugueses de antanho. Iniciamos o nosso périplo com uma visita ao forte de Lahore, antiga residência do imperador Acbar. Foi aí que Bento de Góis se tornou amigo desse sincrético e tolerante monarca, que ao português viria a confiar diversas missões diplomáticas. Um passeio pela cidade intramuros – a destacar os minaretes e domos da magnífica mesquita de Badshahi – ajuda-nos a ‘sentir a época’. A propósito: deleitemo-nos com os jardins Shalimar, exemplo-mor do elegante requinte da arquitectura mogol.
Noite – Dormida no Hotel Nishat ou similar.
Forte de Lahore
Bento de Góis deixou Lahore disfarçado de mercador arménio e acompanhado por dois gregos: o padre Leo Griman e o comerciante Demétrio. Ao grupo inicial, Góis acrescentaria um importante aliado: o arménio Isaac. Iremos refazer esse longo trajecto no actual Punjab. Góis e confrades levaram um mês a atingir Attock Khurd, a primeira etapa do percurso. A nós, bastar-nos-ão umas quantas horas. Mas antes de apreciarmos o perfil amuralhado do forte local, sobranceiro ao rio Indo, teremos, quilómetros antes, oportunidade de conhecer de perto outra icónica peça da arquitectura militar. Rohtas, fortaleza também, tem o selo Património da Humanidade. Após a passagem do Indo/Cabul, pouca estrada nos resta até chegarmos à cidade de Peshawar, território de predominância tribal.
Noite – Dormida no Hotel Serena ou similar.
A história de Peshawar remonta, pelo menos, a 539 a.C., o que faz dela uma das cidades mais antigas do sul da Ásia. Para mergulharmos nessa realidade, façamos uma visita de estudo ao Museu Ghandara, pois – recordemo-lo – toda esta região foi outrora expoente da cultura budista. Embrenhemo-nos na cidade velha, local que me traz à memória gratas recordações. Fui aí incontáveis vezes alvo da hospitalidade dos patanes – gente de armas e barba rija, mas ‘amiga do seu amigo’. Comprovemos essa tradição caminhando pelas ruelas estreitas. Um dos aspectos mais cativantes do icónico Qissa Khawani Bazaar é o seu significado histórico: testemunhou variados eventos ao longo dos tempos e viu passar inúmeros comerciantes da Ásia Central, já que era etapa na Rota da Seda.
Noite – Dormida no Hotel Serena ou similar.
Peshawar (Créditos: Shutterstock Inc.)
Espera-nos hoje longa e diversificada jornada. Se Bento de Goís e companheiros atravessaram o passo de Kyber e chegaram a Cabul, nós – devido a constrangimentos de natureza geopolítica – manter-nos-emos no Paquistão, mas com a bússola apontada a norte. Efectuaremos uma trajectória paralela àquela a do leigo jesuíta, que após prolongada estada na capital afegã – oito meses – subiu pela província central até ao nortenho e remoto Badakshan, antes de virar a oeste pelo corredor de Wakan. Obrigatória vista de olhos a Takht-i-Bahi, complexo monástico budista datado do século I a.C, antes do colo de Lowari – facilmente transponível graças a um túnel – nos depositar no vale de Chitral. Góis embora não tenha entrado em contacto directo, é o primeiro europeu a mencionar a existência dos Kafir Kalash, peculiar etnia que habita ainda hoje três vales perto de Chitral. Com eles partilhei vários meses da minha vivência asiática: riquíssima e inesquecível experiência. É numa das suas aldeias que hoje pernoitaremos.
Noite – Dormida no Hotel Hindukush Heights ou similar.
Chitral
Diz a lenda que a tropa de Alexandre, ‘o Grande’ explica as características caucasianas, pele e olhos claros, dos Kalash mas, na verdade, a origem dessa etnia permanece até hoje um enigma. Profundamente animista e politeísta, a religião tradicional dos Kalash deriva de um ramo hinduísta. Tive o privilégio de conviver com os Kalash durante todo um Outono/Inverno, aprendendo a sua língua e tradições numa altura em que sofriam imensa pressão da parte dos vizinhos muçulmanos e avulsos missionários cristãos norte-americanos. Uns e outros queriam que eles se convertessem ao deus único. Felizmente, eles são hoje minoria protegida pelo Estado paquistanês – totalizam apenas 3 mil – e o bullying aparenta ser coisa do passado. Singular povo, sem dúvida. Beberemos do seu vinho e comeremos do seu delicioso pão de nozes. Conhecer de perto os Kalash será – garanto-vos – um dos pontos mais altos desta viagem.
Noite – Dormida no Kalash local Guesthouse ou similar.
Nova etapa nos espera, depois de desvendarmos alguns segredos da cidadezinha de Chitral. O folclore local dá grande ênfase aos seres sobrenaturais, e a região é por vezes designada de “Peristan” devido a uma crença comum nas fadas (peri) que habitam as altas montanhas. Oportunidade de visitar o museu e a fortaleza locais. Seguimos as margens do rio Chitral. Mastuj, local de pernoita, é agradável e verdejante o vilarejo. Se o procurarmos no mapa, constatamos que não dista muito do corredor de Wakhan percorrido por Bento de Góis, depois das desventuras em Charikar, terras de minas de ferro, e Taloqan, que o açoriano identifica nas imediações do enigmático Reino de Calcia, habitado por gente de “cabelo e barba ruivos, como os alemães”. Ou seja, no fundo cumprimos o seu itinerário, só que um pouco mais a sul. Magnífico o cenário, quase de carta postal, numa antevisão do que iremos encontrar em Hunza, centenas de quilómetros a nordeste.
Noite – Dormida no Local Guesthouses / PTDC Motel ou similar.
De Mastuj enveredamos para sul rumo ao passo de Shandur (3.800 metros). Há aqui um campo de polo, o mais alto do mundo, e um lago a servir de idílico cenário. Ainda a uma altitude considerável, ladeamos o rio Gilgit até ao afamado vale de Phander. A cor dos rios, riachos e pequenos lagos varia entre o verde-esmeralda e o azul-turquesa; mantêm-se verdejantes os prados e a neve cobre os picos das montanhas. Um paraíso para os amantes da natureza; encaixa-lhe bem o epíteto “Pequena Caxemira”.
Noite – Dormida no Hotel The Rover by Roomy ou similar
Saída para Gupis, onde teremos novos motivos de interesse para breves paragens: uma fortaleza, o lago Khatli, círculos de pedra megalíticos e a pitoresca aldeia de Shingalote. Seguimos até Gilgit por estradas sinuosas que oferecem, curva após curva, panorâmicas de tirar o fôlego. Sempre com o rio à vista prosseguimos até Karimabad, com paragem obrigatória em Gilgit, a mais importante povoação do extremo norte do Paquistão. Gilgit era entreposto na Rota da Seda, através do qual o budismo se espalhou pelo sul da Ásia. Dois famosos peregrinos chineses, Faxian e Xuanzang, por ali passaram, como o testemunha a imponente estátua de Buda gravada na rocha que ali encontramos. A região de Gilgit apresenta algumas das paisagens mais dramáticas do planeta: um caminho cavado na dura rocha das montanhas-agulha do Hindu Kush que, devido à sua natureza geológica, dá a impressão de encerrar os povos que habitam os apertados vales que antecedem o vale de Hunza, do qual nos vamos progressivamente aproximando.
Noite – Dormida no Hotel Serena ou similar.
Hunza é conhecida como o Paraíso na Terra e os seus habitantes – maioritariamente ismaelitas, i.e, seguidores de Aga Khan – são reputados pela sua longevidade. Um vale profundo rodeado por dramáticos picos montanhosos, a extrema beleza da paisagem fala por si. Karimabad, um pouco acima da sua cara metade Aliabad, pois de socalcos se faz este fantástico local, tem ruas empedradas à moda das cidades medievais europeias. Afamadas são as duas protectoras fortalezas: Altit e Baltit, ambas milenares; ambas fascinantes no seu risco arquitectónico. Durante séculos, viajantes e comerciantes foram atraídos para o Vale Hunza devido à sua beleza natural e pureza dos ares. Abundam glaciares, pomares (de cerejeiras e damasqueiros) e lagos turquesa. Um passeio pela região irá proporcionar-nos o contacto com uma cultura singular. E não faltam motivos de interesse – o vale de Nagar, aldeia de Gulmit, o lago de Attabad., etc.
Noite – Dormida no Hotel Serena ou similar
Lago de Attabad, enquadrado pelas paisagens montanhosas do Vale do Hunza
Espera-nos hoje uma jornada de mão cheia. Partimos, manhã bem cedo, para Sost, onde trataremos das questões da emigração do lado paquistanês. Entre os dois postos fronteiriços estende-se uma ‘terra de ninguém’. Chegados ao passo de Kunjarab – fronteira sino-paquistanesa, a 4500 metros – deslumbra-nos a paisagem que temos pela frente. Um manto de neve cobre o extenso planalto, e, ao fundo, sobre um azul profundo, desenham-se as cadeias de Kunlun e Tian Shan. Tracemos uma linha paralela de uns 60 quilómetros para oeste e estaremos nos Pamires. Mais concretamente, no passo de Kilik: porventura o maior obstáculo à progressão da caravana onde seguia Bento de Góis. A abundância de neve nesse Outubro de 1603 provocou várias vítimas e o próprio Góis quase perdeu a vida. Tratemos dos trâmites burocráticos nesse ‘topo do mundo’ e, já ao cuidado do operador turístico chinês, façamos a viagem até Tashkurgarn, onde chegaremos ao fim da tarde.
Noite – Dormida no Hotel Panoramic Starry Sky ou similar
Tashkurgan (“cidade de pedra”, no idioma uigur) deve o seu nome a uma antiga fortaleza que remonta à dinastia Jin; e constitui, claro está, visita obrigatória. Esta é a Sarikol que menciona Bento de Góis! Concluída a visita a esse importante sítio histórico, prosseguimos no extenso planalto disfrutando pelo caminho do belíssimo lago de Karakul, como vista privilegiada para o Muztagh Ata, a principal montanha cordilheira de Kunlun. À nossa esquerda, o ondulante Pamir (7.500 metros de altitude média), parece espantosamente acessível. Novo lago pela frente, o Burongkol. As dunas de areia branca do monte Baeksa espelhadas nas suas plácidas águas conferem-lhe uma beleza ímpar. Este é já território quirguize. Pelo que será apenas normal, se avistarmos algumas das tendas cónicas desses nómadas de bicudos chapéus de feltro. Ultrapassado o passo mais alto de Kunlun, é contínua a descida até aos oásis do Turquestão chinês.
Noite – Dormida no Hotel Hampton by Hilton Kashgar ou similar
Tashkurgan, a “cidade de pedra”,
A cidade de Kashgar situa-se a 1.300 metros acima do nível do mar, precisamente num desses oásis habitado por uigures, a predominante e mais numerosa das doze minorias que compõem o Xinjiang.
Em fervilhante actividade há mais de dois mil anos, Kashgar, à semelhança das congéneres Samarcanda e Bucara, imortalizou o seu nome forjando-o à Rota da Seda que durante séculos ligou comercialmente a China, a Índia e o Mediterrâneo. Aqui não esteve Bento de Góis, e pouco resta da cidade velha que eu conheci em todo o seu esplendor e autenticidade, e pela qual me apaixonei, tendo-a revisitado diversas ocasiões. O bom bocado que dela restou – após uma criminosa operação de charme em nome de ‘higiene pública’ –, não obstante transmitir-nos-á alguma da glória de outros tempos… Estou certo disso.
Não se pode falar de Kashgar sem mencionar a sua majestosa mesquita, a Id Kha, e o túmulo de Abakh Hoja, o melhor exemplo da arquitectura islâmica da região. Trata-se de um elegante mausoléu construído em meados do século XVI.
Noite – Dormida no Hotel Hampton by Hilton Kashgar ou similar
Bento de Góis chegou a Iarcanda em Novembro de 1603, e aí permaneceu mais de um ano à espera que nova caravana se constituísse. Iarcanda era o ponto de chegada das cáfilas oriundas de Cabul e com destino à China, portanto, fundamental entreposto na Rota da Seda. Para lá viajaremos de camioneta. Pelo caminho, paragem em Yengisar, onde se produzem as melhores facas do Xinjiang. Praticamente todos os edifícios do centro histórico de Iarcanda foram arrasados durante a Revolução Cultural (1966-1968), tendo sobrevivido apenas a mesquita central, o portão principal do antigo palácio e o cemitério real. Outro testemunho da sua longa e brilhante história é o túmulo de Amanisha Khan, concubina real responsável pela recolha e preservação dos Doze Muqam do Xinjiang, hoje Património Imaterial da Humanidade. Os muqams são fórmulas melódicas utilizadas na improvisação e composição musical. Eles estão na base de todos os cantos e melodias uigures, e, consequentemente nas suas danças, dramas, peças literárias e demais formas de arte desse povo de origem turca.
Noite – Dormida no Hotel Shache at Renjoy ou similar
Hoje viajaremos de Iarcanda a Khotan, cumprindo uma paragem em Kargilik, cidade-encruzilhada de onde parte a estrada de acesso ao Tibete Ocidental. Dois produtos comerciais definem Khotan: o jade e a seda. O primeiro, foi o motivo de uma visita de Góis a essa cidade. Aí se encontrava uma nobre a quem ele emprestara dinheiro em Cabul, pois fora assaltada durante a viagem de regresso a Meca, após uma peregrinação. A senhora – na verdade, mãe do rei de Hotan – cumpriu a promessa e devolveu o empréstimo em jade, facto que deixou Bento deveras agradado. O português sabia bem que “nenhum outro artigo de tráfego” era mais valioso do que o tão cobiçado jade. Reza a lenda que certa princesa chinesa dada em casamento a um príncipe de Khotan levara para ali o segredo da fabricação da seda, “escondendo casulos no seu cabelo”. Teremos oportunidade de visitar um centro de produção de seda e também de tapetes, dos melhores do Turquestão.
Noite – Dormida no Hotan Guesthouse ou similar
Depressão com uns impressionantes 1.500 quilómetros de extensão, o Tarim abrange a maior parte do extremo oeste da China, e consiste quase inteiramente num deserto hostil, pontilhado com oásis, conhecido como Taklamakan, cognominado “deserto do não retorno”. Bento de Góis foi, de certa forma, um dos primeiros ocidentais a atravessá-lo. Se bem que o fizesse pela franja ocidental, seguindo a rota das caravanas que partia de Iarcanda rumo à China. Nós iremos fazê-lo ainda de forma mais radical: seguindo a auto-estrada Khotan-Aksu, que corta o deserto a meio. Logo à saída da cidade teremos oportunidade de avistar nas margens dos rios Karakash, “rio do jade preto”, e Yurungkash, “rio do jade branco”, actividades relacionadas com a recolha do jade.
Noite – Dormida no Huarui Hotel Aksu ou similar
Taklamakan, cognominado “deserto do não retorno”.
Bento de Góis chegou a Acsu depois de atravessar a secção oeste do temido Taklamakan, em vinte dias apenas. Entre Iarcanda e Acsu, lugares como Talik, Kurma e Kaptar Kol. O jesuíta seria muito bem recebido pelo governador local, “um neto do rei, de doze anos apenas”, que presenteou com “alguns brinquedos, açúcar e outras coisas semelhantes”.
Com as alvas montanhas de Tian Shan por companhia, iremos viajar hoje até ao oásis de Kuqa, onde o português permaneceu duas semanas, não faltando pelo caminho motivos de interesse para efectuarmos a ocasional paragem. A principal atracção são as caves de Kizil, as mais antigas de toda a China, pois contam com mais de 1800 anos. Ainda no domínio da arqueologia, e não muito longe dali, apreciem-se as ruínas do templo de Subashi.
Noite – Dormida no Tianyuan Internation Hotel Kuche ou similar.
Em Kuqa teremos oportunidade de visitar o que sobra da cidade antiga e a mesquita local, uma entre as muitas outrora existentes. Bento de Góis manifestou espanto pela quantidade das mesmas e não se esqueceu de salientar a santidade das sextas-feiras e o apelo à oração feito do alto dos minaretes.
Foi já na cidade de Cialis (actual Korla), quando alguns mercadores vindos de leste lhe mostraram uma carta escrita em português, pois “tinham convivido com os nossos em Pequim”, que o destemido português se inteirou de que a China e o Cataio eram uma só realidade. Devido à enorme distância, e também pelo facto de já nada restar das antigas Cialis e Karasahr (actual Yanqi), percorremos esta distância de avião, guardando a energia para o muito que temos para ver na depressão de Tarim, 160 metros abaixo do nível do mar, que tem em Turfan o seu principal trunfo.
Noite – Dormida no Hampton by Hilton Turpan ou similar.
Hoje temos um dia bastante preenchido: abundam os motivos de interesse no fértil oásis de Turfan em cujos vinhedos se produzem as melhores uvas da China. Bento de Góis permaneceu na região um mês.
Começamos por visitar o icónico minarete de Emin de 44 metros de altura, verdadeiro ex-libris, e a antiga Jiahoe, capital do reino Tocharian de Jushi. Restam inúmeros vestígios desse entreposto-fortaleza na Rota da Seda, localizada num planalto entre dois profundos vales fluviais. Nas redondezas, vários exemplos de canais karez. O karez (poço, em uigur) é um engenhoso sistema de túneis verticais inventado pelos uigures que permite a irrigação de terrenos desertos. Da parte da tarde, visita ao exuberante vale de Tuyoq, onde passearemos pelas ruas de Mazar, povoação uigur que mantém intacta a sua autenticidade. A região é famosa pelas suas uvas sem semente e grutas budistas. Em Bezeklik, 77 cavernas foram sendo escavadas na rocha entre os séculos V e XIV.
Noite – Dormida no Hampton by Hilton Turpan ou similar.
Bezeklik
Hoje o dia será inteiramente preenchido pelas paisagens do Gobi que nos chegam do exterior, pois estaremos confortavelmente sentados numa carruagem de comboio. A meio do trajecto, a cidade-oásis de Hami visitada por Bento de Góis que já então era conhecida pela excelência dos seus frutos, nomeadamente os melões, os mais deliciosos que alguma vez comi. O nosso jantar será no colorido e animado mercado nocturno de Shazou. Barracas com vegetais frescos, frutas e carnes ao lado de barracas com frutos secas, ervas medicinais e peças de arte e artesanato. Entre ambas, fileiras de restaurantes oferecendo as mais exóticas e deliciosas iguarias. Oportunidade para usufruir de uma experiência culinária verdadeiramente única.
Noite – Dormida no The Silk Road Dunhuang Hotel ou similar.
Dunhuang, cidade-oásis da província de Gansu, junto ao Gobi, foi antiga guarnição de fronteira na Rota da Seda e é conhecida pelo seu complexo de meio milhar de grutas adornadas com estátuas e frescos: as famosíssimas caves de Magao. O local é considerado um dos maiores repositórios de arte budista do mundo! Teremos ainda oportunidade de visitar um minúsculo e muito peculiar oásis com um pequeno lago em forma de lua crescente. Quem o desejar, pode fazer aí um passeio a camelo: o meio de transporte utilizado por Bento de Góis durante a sua longa travessia do Taklamakan e do Gobi. Da parte de tarde apanhamos uma camioneta para Jiayuguan, onde acaba (ou começa, consoante o ponto de vista e posição geográfica) a Grande Muralha da China.
Noite – Dormida no Nuojin Hotel Jiayuguan ou similar.
Oásis na região de Dunhuang.
Apreciemos em Jiayuguan a fortaleza – Jiayu Pass – que dá acesso ao último troço da Grande Muralha da China e façamos uma visita ao museu local. Era através dos seus portões que os comerciantes estrangeiros e os enviados da Ásia Central e da Ásia Ocidental entravam no Império do Meio. Infelizmente, Bento de Góis não conseguiu concluir a sua saga, tendo morrido, provavelmente envenenado, na cidade de Socheu (actual Jinquan, muito perto de Jiayuguan), em 1607, onde estava retido havia já dois anos, doente e sem meios financeiros que lhe permitissem seguir viagem. E assim, ingloriamente, desapareceu o primeiro verdadeiro explorador europeu dos inóspitos reinos da Ásia Central, cujo nome continua a ser praticamente desconhecido. Com esta nossa viagem pretendemos prestar-lhe uma justa homenagem. Ao fim da tarde voamos para Pequim.
Noite – Dormida no CITIC Hotel Beijing Capital Airport ou similar.
Depois de um reconfortante descanso no quarto do hotel, regressamos a Lisboa no voo intercontinental que parte ao início da manhã. Chegada a Portugal. Fim da viagem.
Digamos que o meu verdadeiro baptismo asiático (onde já lá vai!), depois de uma proverbial introdução hindustânica, aconteceu no norte do subcontinente e nos territórios da Ásia Central, mais propriamente em partes consideráveis da Rota da Seda.
A primeira entrada na China, em Novembro de 1988, foi pela sua mais emblemática fronteira, limitando-me a seguir a rota das caravanas dos mercadores que outrora demandavam o Cataio em busca da seda e outras raridades orientais, tendo como etapa fundamental o grande oásis do Turquestão chinês, hoje província de Xinjiang.
Ao contactar aquela terra árida habitada por gente de aparência agreste mas dócil no trato, vieram‐me à mente exóticas recordações alicerçadas no mundo literário da minha adolescência, onde se fundiam os universos de Nicolau Gogol, Ismael Kadare e, sobretudo, Panait Istrati, um novelista romeno que me tinha duplamente fascinado: por aquilo que escrevera e pelo modo como vivera. Ou seria porque, afinal, se limitara a escrever o que muito simplesmente tinha vivido? A verdade é que Istrati não passava de um andarilho que, um dia, doente, à beira do desespero, se lembrou de contar as suas histórias ao humanista e escritor Romain Roland. A partir daí as aventuras do romeno apareceriam nos jornais e divulgar‐se‐iam no mundo francófono. Os livros, esses, viriam a seguir.
Recordo os primeiros passos na labiríntica e milenar cidade de Kashgar: uma entrada às cegas num mundo irreal com um ambiente peculiaríssimo. Era como se o tempo deixasse de ter sentido; simplesmente não existisse. Em muitos aspectos nada em Kashgar tinha mudado desde a época medieval…
De tal forma me deixei enfeitiçar por aquela região que depressa se esvaziaram os três meses do visto chinês, tendo eu regressado ao Paquistão, por duas vezes, para o renovar e de novo me embrenhar no inalterado Xinjiang para continuar a aprender a língua uigur e cultivar amizades entre pessoas de diferentes etnias.
Numa das minhas incursões pelo interior do Xinjiang consegui boleia na camioneta de uma trupe de cantores, músicos e dançarinos que iam em digressão. Durante quinze dias acompanhei‐os num périplo por uma região interdita a todos os estrangeiros, sem excepção. Assim, passando umas vezes por tajique, outras por russo, outras ainda por elemento da companhia, consegui evitar o controlo das autoridades em Iarcanda, Kargilik e Khotan, precisamente as localidades visitadas por Bento de Góis aquando da sua estreia no universo das cidades-oásis.
Tão valiosas experiências registei-as nas páginas de sucessivos diários que aguardam ainda publicação, tendo revelando partes das mesmas nas muitas crónicas e artigos que escrevi em jornais e revistas. Finalmente, compilei algumas delas e inclui-as na obra “Oriente Distante”, editada pela Oficina do Livro.
Recordo-me, por exemplo, de um Natal passado no dormitório do Qinibagh (antigo consulado britânico transformado em hostel) com outros viajantes, e que teve ceia japonesa seguida de uns biscoitos de fabrico local e um muito adocicado Turfan Port Wine (imitação do nosso vinho do Porto), que serviram na perfeição de sobremesa.
Qinibagh era o nosso lar e Kashgar a cidade que nos tinha enfeitiçado.
Levá-los-ei numa aventura de milhares de quilómetros através de uma das mais espectaculares e deslumbrantes paisagens do planeta. Começaremos pela cidade de Lahore com um peso e uma inegável importância histórica, pois ali esteve sedeado durante décadas o poder mogol.
Peshawar será também peça central, pois mantém uma atmosfera singular e carismáticos ícones como o National Hotel, um desses locais onde as teias nunca chegaram a montar arraiais apesar do correr dos anos. Foi em tempos, o National Hotel, a catedral, ponto de encontro dos aventureiros e hippies que faziam o caminho para a Índia, via Cabul, na ida década de 1970, que a malfadada guerra do Afeganistão (a primeira delas) veio pôr fim.
Percorreremos os pitorescos vales desse noroeste milenarmente budista (os vestígios arqueológicos estão à vista) e, subindo ainda mais na rosa-dos-ventos, com ligeiras inflecções a leste e a oeste, iremos ao encontro de diversos povos de estirpe indo-ariana que ao longo dos tempos foram sendo convertidos ao Islão.
Animistas, de corpo e alma e vivas tradições, ainda e apesar de tudo, restam os Kafir Kalash do vale de Chitral. A visita às aldeias onde habitam é um dos pontos altos da nossa viagem.
Vários meses aí passei, transitando a cavalo as montanhas do Badakhsan, de um lado e do outro da fronteira, prestando assistência humanitária com uma equipa francesa dos MSF em aldeolas perdidas, numa altura em que conselheiros militares norte‐americanos – sedeados em Peshawar, quantas das vezes disfarçados de meros viajantes – preparavam e armavam até aos dentes centos de mujahidins que anos mais tarde se transformariam em fanáticos talibãs;
Mais acima, no magnífico de Vale de Hunza, conviveremos com os pacatos, tolerantes e hospitaleiros ismaelitas (ramo do Islão xiita). Apesar da beleza ímpar daquele mítico vale, eram tão raros os europeus nessas paragens que – lembro-me – perguntaram-me por diversas vezes se eu era japonês… De facto, nessa época eram os japoneses reis incontestáveis da viagem, sobretudo no norte do Paquistão e em todo o Xinjiang.
Cruzei a fronteira sino-paquistanesa, via Passo de Kunjarab, dois meses depois de ela ter sido aberta, concluída que estava a ambiciosa e hércula tarefa que foi a construção da Estrada de Karakurom que aproximou definitivamente o Paquistão da China.
Centenas de metros mais abaixo na cota, passaremos toda uma pantanosa área pejada de inúmeros riachos com a povoação de Tashkurgan a servir de nervo vital: o imenso lar das marmotas, do raro leopardo das neves e dos tajiques e quirguizes, antigos adoradores de águias convertidos à pastorícia, sem abdicarem, contudo, das suas vidas seminómadas e particularidades étnico-culturais.
Aproximamo-nos dos oásis da Rota da Seda, o caminho de acesso ao mítico Cataio.
Durante séculos, encontrar a localização exacta desse reino, que, no entender da cristandade, constituiria um poderoso aliado na luta contra o Islão, foi uma preocupação constante; dir‐se‐ia mesmo, uma obsessão.
A cidade de Kashgar é um desses locais contagiantes que convidam à reincidência. Contrariando a máxima, ‘nunca voltes ao sítio onde foste feliz’, regressei a Kashgar, provavelmente, uma dezena de vezes. Verdadeiro ponto de encontro da gente local e dos arredores, dividida em diferentes secções, a imensa Feira de Domingo – o Iekshenbe Bazaar – oferece ainda opções para a mais exigente procura. Há o mercado da madeira e o da roupa em segunda mão; o mercado dos frutos secos e o do açúcar cristalizado; o mercado do pão e o dos legumes; e também o dos tecidos, dos curtumes, dos gorros e das carpetes. E quando se julga que tudo está visto, eis‐nos perante o mercado dos melões – montanhas de melões vendidos ao desbarato!
Kashgar fervilha ainda com misteres antiquíssimos que nos transportam de imediato para a atmosfera dos contos de Dickens e a dramatologia de Brecht. Refiro‐me aos ferreiros batendo a chapa e a alpaca que decora os baús dourados pousados na rua, junto às respectivas oficinas; aos carpinteiros transformando troncos de bétula em utensílios de cozinha, berços de bebé e demais móveis; aos barbeiros; aos sapateiros; aos construtores de instrumentos musicais incrustando na madeira pedaços de corno e osso de iaque; aos cardadores de algodão que mais parecem tocadores de berimbau.
São essas cidades – Kashgar, mas também Iarcanda, Khotan, Aksu, Kuqa e Turfan – que iremos percorrer e apreciar devidamente, indo de oásis em oásis, sempre com o imenso deserto pelo meio, e, por companhia e a amenizar a aridez da paisagem, os belos píncaros nevados de Tian Shan, as ditas “Montanhas Celestiais”.
Muitos segredos nos escondem os areais e dunas do deserto de Taklamakan!
Aldeias, cidades, reinos inteiros enterrados ao longo de milénios – como o reino de Loulan –, até que os exploradores de finais do século XIX/inícios do século XX os viessem desenterrar, transportando nos alforges para os museus dos respectivos países inúmeras antiguidades de incalculável valor. Entre outros, o húngaro-britânico Aurel Stein, o alemão Albert von Le Coq, o sueco Sven Heiden, o francês Paul Pelliot, o russo Nikolay Przhevalsky ou o japonês Otani Kozui.
Todos, sem excepção, seguiram os passos de Bento de Góis e na sua epopeia buscaram inspiração, embora poucos o admitam nos escritos que nos legaram.
Teremos oportunidade de apreciar diversos e intrincados complexos de grutas – que preservam exemplos vivos da mais ancestral e requintada arte budista – e ruínas de cidades fortificadas, algumas bem perto das ‘grandes muralhas chinesas’, sim, no plural, porque ainda existem, quais fantasmas no deserto e mais a oeste na paisagem, resquícios da Grande Muralha da Dinastia Han, que de certa forma complementa a congénere da Dinastia Ming, a mais conhecida e mais recente, às portas da qual deixou as ossadas o nosso Bento de Góis.
Esta é verdadeiramente uma viagem com todos. A ementa perfeita. Teremos num só ‘pacote’ panorâmicas de perder o folêgo – glaciares e picos-agulha com neve ou sem ela, lagos cristalinos e pedaços de montanha que a erosão esculpiu – e um variado e colorido mosaico de povos e culturas de diferentes crenças, animismos, islões ou budismos; e até um grande quinhão da Rota da Seda, com todos os seus tesouros, nos caberá em sorte. De facto, não se pode pedir muito mais.
Aceite este meu desafio e estou certo que não se vai arrepender.
Venha comigo evocar a epopeia de Bento de Góis!
Joaquim Magalhães de Castro
PREÇO POR PESSOA EM QUARTO DUPLO: 10.700 €
SUPLEMENTO Quarto individual: 1.400€
SINAL: 3.220€
O PREÇO INCLUI:
• Assistência nas formalidades de embarque;
• Transfer privativo Porto / Lisboa / Porto;
• Passagem aérea em classe económica Lisboa / Lahore e Pequim / Lisboa em voo Emirates Airlines, com direito a uma peça de bagagem até 30kg e respetivas taxas de aeroporto, segurança e combustível (80€*):
Lisboa – Dubai (duração aproximada 07h35)
Dubai – Lahore (duração aproximada 03h05)
Pequim – Dubai (duração aproximada 08h10)
Dubai – Lisboa (duração aproximada 08h15);
• Voo interno em classe económica Kuche / Turpan e Jiayuguan / Lanzhou / Pequim com direito a 20kg de bagagem e respetivas taxas de aeroporto, segurança e combustível (60€*):
Kuche – Turpan (duração aproximada 01h10)
Jiayuguan – Lanzhou (duração aproximada 01h20)
Lanzhou – Pequim (duração aproximada 02h20)
• Circuito em autocarro de turismo;
• Viagem de comboio entre Turpan e Dunhuang em classe económica;
• Alojamento e pequeno-almoço nos hotéis mencionados ou similares;
• Pensão completa, desde o almoço do 2º ao almoço do 22º dia, excluindo o almoço do 11º e 20º dias (19 almoços e 20 jantares);
• Acompanhamento por nosso Autor durante todo o circuito, desde e até um dos locais de partida (Porto ou Lisboa) – Joaquim Magalhães de Castro;
• Acompanhamento por guia Pinto Lopes Viagens durante todo o circuito, desde e até um dos locais de partida (Porto ou Lisboa)
• Guia local falando Inglês no Paquistão e China e em espanhol em Pequim;
• Visitas e entradas conforme mencionadas no programa;
• Visto de entrada no Paquistão (42 usd);
• Gratificações a guias e motoristas locais;
• Taxas hoteleiras, serviços e IVA;
• Seguro Multiviagens PLUS.
O PREÇO EXCLUI:
• Bebidas às refeições;
• Opcionais, extras de carácter particular e tudo o que não estiver mencionado como incluído.
• Condições específicas de cancelamento por parte do viajante:
– Até aos 75 dias antes da partida – 0
– De 74 a 45 dias antes da partida – 30% do custo total da viagem;
– De 44 a 30 dias antes da partida – 50% do custo total da viagem;
– De 29 a 15 dias antes da partida – 75% do custo total da viagem;
– De 14 a 0 dias antes da partida – 100% do custo total da viagem.
Salvaguardam-se as situações cobertas ao abrigo da nossa apólice de seguro de viagem no capítulo Cancelamento Antecipado.
• Condições gerais Pinto Lopes Viagens: Consulte aqui
• Informação relativa aos nossos Seguros de Viagem: Consulte aqui
• Recomendamos Consulta do Viajante;
• Joaquim Magalhães de Castro rejeita a grafia do NAO.
• Preço da viagem sujeito a flutuações cambiais.
• Programa elaborado a 21 janeiro de 2025.
• A extraordinária viagem que vos proponho abrange um espaço geográfico bastante variado que nos levará das planícies do Punjab paquistanês aos idílicos vales do Hindukush e daí ao planalto tajique, aos férteis oásis do Turquestão chinês, hoje região autónoma chinesa do Xinjiang, e às portas do deserto do Gobi.
• Deve levar consigo vestuário adequado para condições de frio seco.
• Deve sempre ter em mente que as instalações e serviços hoteleiros, e também a alimentação, podem não ser do mesmo padrão a que está habituado.
• Tanto o Paquistão como a província chinesa do Xinjiang não são propriamente destinos turísticos, não obstante as condições de alojamento serem bastante boas, sobretudo no que diz respeito ao Xinjiang chinês. Nas cidades de Lahore, Peshawar, Tashkurgan, Kashgar, Yarkand, Turpan, Dunhuang e Pequim teremos à disposição modernos e confortáveis hotéis, ao melhor nível internacional. Nos restantes locais a oferta pode ficar aquém do esperado salvaguardando que em algumas das Guest Houses previstas, o wc será partilhado.
O mesmo irá acontecer com alguns locais de refeição em percurso que serão servidos, por vezes, em estruturas muito simples e básicas.
• Os pequenos almoços em alguns hotéis estão em conformidade com a cultura local, pelo que produtos como café, pão, manteiga e fruta poderão não estar disponíveis.
• A grande altitude não será problema, pois no Hindokush viajaremos entre vales e depararemos apenas com um passo de montanha significativo: o Kunjarab Pass, precisamente na fronteira indo-paquistanesa. A noite passada em Tashkurgan, em pleno planalto tajique, pode requerer medicação contra o AMS, vulgo “mal de montanha”.
• Se não é problema a altitude, pode-o ser o clima extremamente seco e as poeiras do deserto do Turquestão. Por isso, convém levar chapéu, creme para os lábios e um lenço/cachecol para proteger a boca e o nariz.
• Recordar ainda que esta é uma viagem que obriga, de quando em vez, a madrugar e na qual se percorrem várias centenas de quilómetros por dia.
• Compensa o cansaço (e até algum, por vezes, desconforto) a beleza e magnitude das paisagens que desfilam perante os nossos olhos.
• Obrigatório visto e Passaporte com validade mínima de 6 meses após a data de regresso, cuja fotocópia deve enviar previamente para a agência.
*Chamada para a rede fixa nacional