As Maravilhas de Angkor II – Ta Prohm
Quem tem o privilégio de visitar Ta Prohm sente a mesma adrenalina dos exploradores que, em meados do século XIX, penetraram em Angkor pela primeira vez. É que este santuário possui a particularidade de, uma vez descoberto, não ter sido retocado nem propriamente preparado para receber a massa de turistas que se adivinhava. Permanece, em vez disso, envolvido em raízes de árvores que crescem das suas paredes, das suas torres, dos seus corredores e lhe outorgam uma atmosfera que hoje só conhecemos dos filmes aventureiros de Indiana Jones.
Ta Prohm foi um dos mais ambiciosos empreendimentos do rei Jayavarman VII, que ordenou a sua construção entre meados do século XII e princípios do século XIII (julga-se que em 1186), no estilo Bayon. Foi apelidado inicialmente de Rajavihara, que significa “mosteiro real”, e dedicado à mãe de Jayavarman, entretanto deificada como Prajnaparamita, mãe de todos os Budas.
Se hoje em dia é um dos templos mais conhecidos e apetecíveis de Angkor, graças ao seu aspecto indomável, Ta Prohm foi, no seu tempo, um dos maiores e mais prósperos do conjunto. Com a área de um hectare e rodeado por um muro com mil metros de comprimento e 600 de largura, o templo costumava comportar 566 grupos de edifícios, 260 estátuas de deuses (incluindo da mãe do rei) e 39 torres com pináculos decorativos. Exercia controlo sobre mais de três mil povoações e contava com milhares de funcionários, entre os quais 615 bailarinas, além de dispor de valiosas colecções de jóias e peças em ouro.