Linhas de Nazca, Peru: um mistério por decifrar

Será que as Linhas de Nazca são obra de extraterrestres? Uma pista de estacionamento para as suas naves? Parece inacreditável, mas foi a teoria avançada por um teórico suíço. Existem muitas outras teorias que tentam explicar o surgimento deste fenómeno do Peru. Até hoje, não se sabe qual é a resposta certa.

Com certeza já ouviu falar das Linhas de Nazca. São nada mais, nada menos do que 500 quilómetros de linhas geométricas e traçadas na perfeição, ao longo das Pampas de San José, no Peru, que formam gigantescos desenhos de animais marinhos, aves, macacos e outros seres e objetos mais difíceis de identificar. Com os pés assentes no chão, não as consegue visualizar corretamente. É preciso sobrevoá-las, a centenas de metros de altura, para ter alguma noção da dimensão e do encanto deste fenómeno.

As Linhas de Nazca foram descobertas em 1927 por Toribio Mija e foram objeto, ao longo de todo o século XX, de inúmeros estudos, pelas mãos de Paul Kosok, Hans Horkheimer e da alemã Maria Reiche. Reiche, distinta matemática do seu tempo, chegou ao Peru como representante do cônsul da Alemanha e foi responsável por aqueles que foram os maiores avanços na investigação sobre o advento e o desenvolvimento das Linhas de Nazca, tendo tido igualmente um importantíssimo papel na sua proteção. Faleceu a 8 de junho de 1998, aos 95 anos, nesse mesmo país.

Envolta em mistério, desde sempre esta região deu origem a teorias de variada natureza – cosmológica, astronómica, antropológica, etnológica, demográfica, arqueológica, etc. Por alguns momentos, e muito por influência de Erich von Däniken, chegou-se até a pensar as linhas eram obra de extraterrestres, uma pista de estacionamento para as suas naves. A Däniken não se pode retirar o mérito de ter posto as Linhas de Nazca na boca do mundo, mas tal não aconteceu pelas melhores razões, nem pelas mais plausíveis.

Felizmente, as hipóteses que reúnem maior consenso nada têm a ver com extraterrestres, mas com factores astronómicos e antropológicos.

A primeira hipótese faz algum sentido, tendo em conta que a pampa de Nazca é tida como um dos pontos de observação astronómica mais importantes do mundo, devido à elevada transparência atmosférica, propícia à observação de fenómenos celestes. Muitos creem, pois, que as linhas tenham servido, há dois mil anos, para assinalar fenómenos desse tipo, como solstícios, equinócios e outros ligados às estações. Já a segunda associa as linhas a totens de clãs ou famílias que neles viam deuses da montanha, da água e da fertilidade.

Seja qual for a teoria correta, estas obras apenas se preservaram século após século graças à aridez daquela região, onde só chove 30 minutos de dois em dois anos.

E a vossa aposta, viajantes desse lado? Qual é?

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