Volta ao Mundo, uma história de Pedro Santos

Entre 23 de Janeiro de 2020 e 22 de Fevereiro de 2020, realizei com a PLV a mais extraordinária aventura da minha vida! Completei uma Volta ao Mundo inspirada na viagem de Circum-navegação do Fernão de Magalhães.

Viajar para mim é uma das coisas mais enriquecedoras que podemos fazer e esta foi sem dúvida a viagem de uma vida, que me marcará para sempre e que me motivou a escrever umas memórias, em capítulos, um para cada país visitado, e foram onze ao todo.

O autor desta história em viagem, Pedro Santos, na Ilha de Páscoa

Gostaria de partilhar convosco o capítulo XIV – “Já a Saudade”, que no fundo é um pequeno resumo da mesma:

Uma viagem para muitos é uma despesa, para mim continua a ser um investimento e esta foi deveras gratificante!
Recordo já com alguma saudade cada minuto da viagem! Os dezanove voos que totalizaram 4985 minutos (83h), as travessias de ferry do Rio da Prata e de três Lagos Andinos, e algumas viagens de autocarro, permitiram-me atravessar cinco continentes, onze países, três oceanos, rios, lagos e cordilheiras montanhosas, visitar mais de vinte cidades, dezenas de monumentos históricos, alguns deles Património UNESCO, perder literalmente um dia atravessando a linha do tempo, atravessar nove fusos horários, usar onze moedas diferentes, contactar com as comunidades locais e comunicar em diversos idiomas, inclusivamente em Português na Índia e na Malásia, ter provado iguarias locais, umas mais exóticas do que outras, ter atravessado por quatro vezes a linha do Equador, sendo que a viagem decorreu maioritariamente no hemisfério sul, e com tudo isto completar uma viagem de circum-navegação em somente trinta e um dias, um feito que seguramente nem todos nós, comuns mortais, nos poderemos gabar de ter feito na vida.

Uma parte importante e fundamental de uma viagem são as pessoas, e nesta foi igual. Naturalmente não escolhi os vinte e cinco parceiros de viagem, mas até sob esse ponto de vista correu muito bem, pois formámos um grupo coeso e bem-disposto em que naturalmente o denominador comum era o gosto por viajar. Ernest Hemingway dizia que não vale a pena viajar com alguém de quem não se goste, e hoje posso afirmar que viajei com “alguéns” de quem fui gostando e que ganhei mais uns quantos companheiros para a vida! Muitas foram as conversas que tivemos e troca de experiências que sem dúvida enriqueceram a viagem. Além do Jorge e da Isabel, recordo, a Dalva e a Josefina, a Alice, a Carmina, a Isabel e o Albano, a Ivone, as “Anas”, a Olímpia, a Gilda, a Piedade, a Olímpia e o António, a “Bela” e o Victor, o Fernando e a Leocádia, a Antónia, a Luísa, a Margarida e também o nosso autor, Gonçalo.

Na verdade, as viagens valem sobretudo por aquilo que nós conseguimos fazer e retirar delas, e eu julgo ter feito desta viagem singular de trinta e um dias, um período verdadeiramente, único, extraordinário, inesquecível e irrepetível na minha vida, onde houve momentos de alegria, tristeza, houve sorrisos e lágrimas, e da qual fica um ensinamento para o futuro e que quero guardar para a vida, vale mesmo a pena celebrar e viver o melhor possível a vida, e sobretudo apreciar o que ela nos oferece, não nos prendermos com pequenas coisas, até porque não teremos uma segunda oportunidade para a viver. Por mim, acho que encontrei a maneira de ser verdadeiramente feliz, a viajar, e também por isso, sou definitivamente um tipo abençoado com sorte, mas sobretudo agradecido por aquilo que a minha vida me tem proporcionado!

E por aqui me fico, não sou escritor nem tenho veleidade para tal, mas escrever estas palavras foi também uma forma diferente de viajar, de viver, de recordar, de me emocionar, e sobretudo de honrar a memória de alguém que não as poderá ler, o que lamento profundamente, e também por isso, o ano de 2020 será eternamente recordado e profundamente marcado!”

Crédito Imagem: Pedro Santos

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